“O tempo”

O tempo levou de mim a pouca idade.
Levou minha história,
Minha maldade...
Me afundou na cama de cansaço
De olhar o que levou...
Assoprou em meu ouvido
O sussurro do vento,
Que trazia brisa
E novos amores...
Mergulhou na água fria dos mares
E deixou a música das ondas
Mais baixa.
Me levou até o céu estrelado
E me mostrou as estrelas!
Porque a pouca idade não sabia contar...
A pouca idade era coberta de pele,
Entumecida,
Rubreada...
Mas não tinha as mãos calejadas
Dessa casa que tenho.
Não tinha as rugas que tenho.
Não tinha...
A pouca idade foi.
Foi para os meus filhos,
Que iniciam esse trilho
Curvo, às vezes rude,
De aço,
Mas rodeado de flor.
Foi para a jovem da esquina,
Que sorri, sem medo,
E quase sem respeito,
A todo tempo,
Pro tempo.

Cibele Favrin Smera
26/06/2018

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